terça-feira, 20 de junho de 2017

SÍNDROME DE IRLEN: TO BE OR NOT TO BE

Tem ocorrido muita controvérsia e discussão sobre a Síndrome de Irlen, também conhecida como Síndrome da Alteração da Sensibilidade Escotópica.

O princípio básico (e não há como se aprofundar muito, já que os profissionais que se denominam habilitados para prescrever o tratamento não publicam em revistas indexadas e não revelam como escolhem os filtros utilizados para o tratamento) é que pessoas com dificuldade de aprendizado e leitura melhorariam muito sua visão com a adição de lentes filtrantes ou mesmo filtros sobre textos que estejam lendo.

O primeiro fato que me chama a atenção é que 15% da população tem essa síndrome, ou seja , no Brasil teríamos mais de 30 milhões de afetados, mas quase ninguém conhece a doença! Vários casos diagnosticados por profissionais responsáveis como a dislexia, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade estão errados, todos são Irlen e podem ser curados com lentes filtrantes.

Na medicina para se provar uma teoria clínica e/ou tratamento é muito importante que exista embasamento científico, com trabalhos que utilizem amostras pareadas, testes duplo-cego sem a interferência do examinador. Infelizmente não observei nenhum artigo que preencha esses critérios sobre a chamada Síndrome de Irlen, inclusive resolução do Conselho Federal de Medicina e afirmações da Academia Americana de Oftalmologia e Academia Americana de Oftalmologia Pediátrica refutam o tratamento com as “lentes filtrantes”.


Na saúde não existe o “eu trato”, o singular é muito perigoso e nesse caso muito tentador, é muito estranho que apenas um serviço seja o responsável por cuidar dessa moléstia. Vamos nos basear no método científico,  caso contrário voltaremos à idade média e várias fórmulas milagrosas nos levarão ao breu novamente.